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3º Ciclo de Eventos sobre Mudanças Climáticas
- 25 a 29 de junho / 2024 -

Com o objetivo de popularizar o diálogo sobre mudanças climáticas em Piracicaba, tecendo conexões com temas presentes no cotidiano da população, a Comclima (Comissão Municipal de Mudanças Climáticas de Piracicaba) realizou, com apoio do Sesc Piracicaba, do Engajamundo, do Grupo Multidisciplinar de Educação Ambiental (Gmea) e da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Simap),  o III Ciclo de Eventos sobre Mudanças Climáticas de Piracicaba, entre os dias 25 e 29 de junho. Os encontros aconteceram no Sesc e na Casa do Hip Hop.

 

A proposta integrou a programação das Semanas Integradas de Meio Ambiente de Piracicaba (Simapira).

Atividades diversas, como exibição de documentário, cinedebate, oficina, bate-papo e roda de conversa, compuseram o 3º Ciclo de Eventos, que começou na terça-feira, 25, e seguiu até sábado, 29. Os principais temas abordados se relacionavam à água, áreas verdes e arborização urbana, mobilidade sustentável, alimentação, incidência em políticas públicas e as convergências com a questão das mudanças climáticas.

 

Os diálogos privilegiaram o contexto de Piracicaba com o propósito de fomentar reflexões e possíveis ações no território. 

Abaixo é possível ler um breve resumo sobre os encontros.

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Impactos do clima em mudanças sobre nossas águas, com Edson Grandisoli (diretor do Movimento Escolas pelo Clima) e Andrea Borges (gerente técnica do Consórcio PCJ) 

A abertura do Ciclo aconteceu na terça-feira, 25, às 19h30, com a exibição do documentário “Água que falta” seguida pelo cinedebate “Impactos do clima em mudança sobre as nossas águas”. A atividade propôs um bate-papo a partir do documentário, bem como abordagens sobre como as mudanças climáticas impactam a segurança hídrica em Piracicaba e nas bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Dentre os desafios apontados no encontro, questões como o agravamento da seca, problemas respiratórios, produção de alimentos, enchentes, deslizamentos, doenças de veiculação hídrica, dengue, entre outros.

 

Sobre os caminhos para enfrentar os problemas, os apontamentos foram: restauração de Áreas de Preservação Permanente, aumento de áreas permeáveis, controle de perdas no abastecimento público, aprimoramento de tecnologias para irrigação, modelos de produção agroecológicos, melhoria do saneamento básico, aprimoramento de tecnologia de tratamento de esgoto e coleta de água de chuva. 

           

Mais verde, menos quente, com Demóstenes Ferreira (Esalq/USP), Tainá Sterdi (Unifesp), Marcelo Leão (Propark)

 

No dia seguinte, quarta-feira, 26, ocorreu a oficina “Mais verde, menos quente”, conduzida pelo Engajamundo. Nesse encontro, os participantes foram convidados a praticar o jogo “Caminhos para a solução”, uma metodologia criada e conduz           ida pelo Engajamundo. Durante o jogo, os participantes puderam contar com a contribuição de alguns especialistas, como Demóstenes Ferreira (Esalq/USP), Tainá Sterdi (Unifesp) e Marcelo Leão (Propark). 

Diversos desafios foram apontados, como a falta de fiscalização e punição no que diz respeito ao cumprimento de legislações relacionadas à arborização, o aumento de loteamentos irregulares, o corte desenfreado de árvores, a tentativa de flexibilizar leis de proteção ambiental e a falta de respeito aos ciclos da natureza. 

Como possíveis ações, para enfrentamento dos desafios, foram apontadas a importância da continuidade da Educação Ambiental para além da infância, a necessidade de sensibilizar para mobilizar, a demonstração de viabilidade econômica e o fortalecimento dos Conselhos e Comissões municipais, tanto em maioria de sociedade civil, quanto em poder de compartilhar tomadas de decisão.

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Virando a esquina: Caminhos para a mobilidade sustentável, com Gisele Bortoleto (professora da Fatec), Mirian Rother (doutora em Ciências, Esalq/USP) e Nara Perobelli (assessora de Campanhas e Mobilização em Clima na Purpose Brasil) 

 

Na quinta-feira, dia 27, aconteceu o bate-papo “Virando a esquina: caminhos para a mobilidade sustentável”. Na ocasião, se pretendeu traçar, junto aos participantes, caminhos para uma mobilidade funcional e sustentável. Para além dos desafios no ir e vir, e sua intrínseca relação com as mudanças climáticas, buscou-se pensar sobre alternativas que perpassassem tanto a mobilidade ativa (sem uso de motor), quanto a motorizada.

Dentre os desafios apresentados sobre a questão, na cidade de Piracicaba, estão a falta de arborização, que reflete na ausência de sombra e no aumento de temperatura do asfalto, a falta de ciclovias seguras e uma dinâmica de trânsito voltada quase que exclusivamente aos automóveis. A mobilidade urbana influencia as desigualdades sociais, já que ela é um direito que permite acessar outros direitos. Entre as propostas para melhoria da questão, está o cuidado com a arborização urbana, incentivo ao transporte ativo e coletivo, caminhar para uma proposta de mobilidade plural, com a integração entre diferentes meios de transporte, entre outras.     

Alimentos saudáveis e mudanças climáticas, com Savana Fernandes (coordenadora de segurança alimentar da Smads); Ubirajara Sabino (coordenador geral da Casa do Hip Hop); Wagner Ramalho (idealizador e coordenador do Prato Verde Sustentável); Felipe de Almeida (agricultor agroecológico - Sítio Guaíra - CSA Piracicaba) e Gabriel Quintana (analista de clima e emissões do Imaflora) 

O Ciclo se encerrou no sábado, 29, com duas atividades na Casa do Hip Hop. Na parte da manhã aconteceu a roda de conversa “Alimentos saudáveis e mudanças climáticas”. Na ocasião, falou-se sobre algumas dificuldades enfrentadas no município, como a falta de áreas verdes, a questão da fome e da insegurança alimentar e o fato de o Brasil ter emissões de CO2 associadas ao uso da terra. Além dos desafios relacionados à imprevisibilidade do clima, que dificulta a produção de alimentos, assim com o aumento da temperatura e a necessidade de irrigação cada vez maior.

Como caminhos de solução, foram sinalizadas ações baseadas na coletividade, na participação popular do local para o global, no incentivo à agricultura familiar, na produção agroecológica, na aproximação da comunidade com os produtores locais, na criação de áreas de produção coletivas nas comunidades (hortas, canteiros, vasos) e no fortalecimento de cozinhas comunitárias, para que a alimentação possa despertar sentimentos e conexões entre pessoas e comunidades. 

Piracicaba no clima, com Karine Faleiros (Corredor Caipira) e Kelly Monaco Coletti (Gmea)

 

No sábado à tarde ocorreu o encontro de encerramento com a temática mobilização social e incidência de políticas públicas. A atividade visou o envolvimento da população com questões relacionadas às mudanças climáticas em Piracicaba e foram destacados os principais encaminhamentos das atividades anteriores do III Ciclo de Eventos sobre Mudanças Climáticas, por meio de método participativo.

Como resultado, emergiram os principais pontos e os recortes trabalhados foram a questão do racismo ambiental, já que os povos originários, as populações negras urbanas e as comunidades quilombolas são as populações que mais sofrem com os problemas ambientais como reflexo de escolhas políticas e econômicas, e a questão da justiça climática, visto que, países, comunidades, populações e pessoas com modos de vida que menos impactam negativamente as mudanças climáticas, em geral, são os mais prejudicados pelas mudanças. 

Os participantes foram divididos em grupos, nos quais foram levantados temas a partir de uma questão chave para discussão: Que tipo de ações, estratégias, políticas devem ser realizadas em Piracicaba para que haja saúde ambiental, justiça climática e enfrentamento ao racismo ambiental?

E então, os temas propostos pelos participantes foram:

*Resíduos, descentralização, agricultura - uso de resíduos orgânicos (roçada, poda, triturado, resíduo doméstico) para produção descentralizada de alimentos, favorecendo o ciclo da água;

*Participação popular e cidades resilientes - como engajar e trabalhar com as comunidades sobre as mudanças climáticas;

*Restauração florestal e providências para moradores de áreas de risco; 

*Integração com o plano diretor. 

Fone - Secretaria Executiva

(19) 3403-1368

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